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Separamos 10 mentiras sobre os plásticos, precisamos assumir as mentiras e as verdades, com isso observamos as vantagens e desvantagens para que nos reunamos e possamos buscar novas alternativas.
1 – Todo plástico é reciclável
A indústria do plástico categoriza o plástico em sete grupos, dependendo de sua composição química. No entanto, apenas os plásticos do tipo 1 e 2 são recicláveis. O resto poderia ser reciclado, mas geralmente não é.
PET (polietileno tereftalato) e PEAD (polietileno de alta densidade) são os plásticos tipo 1 e 2 de que acabamos de falar. O PVC (cloreto de polivinila) é o terceiro. Poderia ser reciclado, mas o processo é complicado e os recicladores simplesmente o evitam completamente.
Em seguida vem o PEBD (polietileno de baixa densidade), que é usado para fabricar produtos superfinos, como sacolas plásticas. Também é reciclável, mas quase nunca é reciclado devido à sua notoriedade por entupir máquinas de reciclagem. Além disso, esses plásticos são muito baratos de fazer e na verdade são mais caros para reciclar do que fabricar do zero.
O PP (polipropileno) é o quinto tipo de plástico. É reciclável, mas raramente é reciclado por causa de seu gosto por ficar preto ou cinza e reter o cheiro do produto anterior que cobria.
PS (poliestireno) é o sexto tipo de plástico, enquanto o sétimo não é realmente um tipo de plástico em si, mas um rótulo para todos os plásticos que não se enquadram nas seis primeiras classes. Plásticos tipo 6 e tipo 7 geralmente nunca são reciclados.
2 – Plásticos com o símbolo de reciclagem são recicláveis
Ao se deparar com um símbolo composto de um triângulo de setas podemos pensar que se trata de um sinal de que aquele material é reciclado, correto? Então, depende se há um número dentro dele, daí na verdade se trata de um código.
Código de Identificação de Resina (RIC). De acordo com o Society of Plastics Institute (SPI), que desenvolveu o RIC em 1988, os códigos são necessários para ajudar os recicladores a identificar e classificar adequadamente os plásticos para reciclagem.
Mas isso racionaliza o uso de setas de reciclagem, especialmente para plásticos 3 a 7, que raramente ou nunca são reciclados e geralmente considerados não recicláveis?
A verdade é que o SPI era uma fachada para a indústria de petróleo e plástico. E embora nunca tenham admitido isso, eles desenvolveram o RIC para causar confusão e proteger seus negócios de movimentos anti-plástico e pró-reciclagem. E está funcionando. Todos confundem o RIC com o símbolo de reciclagem.
3 – Usinas de Reciclagem Reciclam Todos os Tipos de Plástico
A verdade não dita sobre a reciclagem é que diferentes tipos de plásticos – e até mesmo o mesmo tipo de plástico fabricado usando métodos diferentes – não podem ser reciclados juntos. Isso é evidente no caso do PEAD (tipo 2), onde o PEAD moldado por injeção e o PEAD moldado por sopro são reciclados separadamente.
E isso é um problema porque as usinas de reciclagem são construídas para lidar com apenas um tipo de plástico. Mesmo assim, essas plantas reciclam apenas plásticos que não contêm contaminantes. Mas afinal, o que é um contaminante?
É como os recicladores chamam qualquer coisa que não seja o plástico que eles querem reciclar. Isso varia de outros tipos de plástico a alimentos ou líquidos dentro do plástico em processo de reciclagem. Os contaminantes tornam a reciclagem cara e podem ser perigosas para os trabalhadores próximos. É por isso que toneladas de plásticos recicláveis contendo até mesmo pequenas quantidades de contaminantes acabam em aterros sanitários.
4 – Nós reciclamos nosso plástico
Muitos assumem que fazem reciclagem, mas vamos jogar luz aos fatos?
69% dos plásticos usados nos EUA se enquadram nos tipos 3 a 7, o que significa que acabam em aterros sanitários. Dos 31% restantes, os EUA só têm plantas suficientes para reciclar 8,4%. Então o que acontece com o resto?
Acredite ou não, os EUA os exportam. A maior parte foi para a China até que o governo chinês os baniu em 2018 porque continham muitos contaminantes. Em vez de passar pelo trabalho árduo de classificá-los, os recicladores chineses simplesmente os despejaram em aterros sanitários ou no oceano. O governo notou e emitiu a proibição.
Seria diferente no Brasil? Na verdade há tanta subjetividade que os dados não são claros.
5 – Outros países reciclam nosso plástico
Não, o Brasil não possui uma política para exportação de plásticos para reciclagem, e nem se houvesse, países como Canadá, Coréia do Sul, Austrália, Malásia, Tailândia, Vietnã, Indonésia e Filipinas que recebem plásticos dos EUA já estão buscando limitar esse tipo de negócio pela dificuldade do processo de reciclagem.
6 – Recicladores fazem isso pelo meio ambiente
Qual é o objetivo da reciclagem?
Ambientalistas dizem que é para o meio ambiente. Mas os ambientalistas não administram usinas de reciclagem. Empresários sim. E como qualquer outro empresário, eles estão nisso pelo dinheiro.
O fato é que, embora consideremos o plástico usado como lixo sem valor, custa dinheiro coletar, transportar e classificar antes de ser vendido para recicladores. Os catadores de resíduos que lidam com essa parte do processo precisam lucrar para permanecer no negócio. E também os recicladores que compram e transformam os plásticos em novos produtos.
Isso significa que o preço do plástico usado e reciclado aumenta e diminui com os preços do petróleo, desastres naturais e legislação sobre resíduos plásticos.
Faça o petróleo barato e ninguém mais reciclará nada, pois seria mais barato fazer plástico novo a partir do petróleo.
Mas a situação não é melhor quando o petróleo fica caro ou desastres naturais acabam com as fazendas de algodão, como aconteceu no Paquistão em 2010. (O incidente de 2010 elevou o preço do poliéster, um substituto do algodão feito de plástico).
Se há outros caminhos para gerar renda que sejam mais interessantes, a maioria abandonaria a área com facilidade.
7 – Reciclar é bom para o meio ambiente
Ambientalistas costumam falar sobre como a extração e conversão de petróleo em plástico polui o meio ambiente e como os plásticos usados acabam em aterros sanitários e nos oceanos do mundo. Embora isso seja verdade, podemos dizer o mesmo sobre a reciclagem.
Em primeiro lugar, caminhões e navios usam combustível para transportar plásticos usados para países asiáticos que lutam para reciclar seu próprio plástico. E quando chegam lá, entre 20% e 70% dos plásticos contêm contaminantes, tornando todo o lote não reciclável. Então eles são levados para aterros sanitários, despejados no oceano ou queimados, criando mais poluição no processo.
Mas a situação é melhor com os plásticos que são reciclados? A resposta ainda é não. Os recicladores usam combustível e produtos químicos para reciclar o plástico. Além disso, os plásticos liberam poluentes que contaminam a água e o ar durante a reciclagem.
8 – O plástico é reciclado infinitamente
A verdade tácita é que a reciclagem enfraquece a composição química do plástico. É por isso que a maioria dos plásticos é reciclada em um produto de qualidade inferior e menos útil.
Por exemplo, garrafas plásticas de refrigerante são recicladas em coisas como canos de esgoto porque não são fortes o suficiente para se tornarem outra garrafa. Mesmo assim, a maioria dos plásticos (incluindo os tipos recicláveis 1 e 2) raramente são reciclados mais de uma vez.
Por exemplo, o plástico tipo 1 (PET) é reciclável até três vezes, mas isso pouco importa porque geralmente é reciclado em poliéster, que não é reciclável. Assim, poderíamos dizer que o plástico tipo 1 é reciclado apenas uma vez.
O plástico tipo 2 (PEAD) pode ser reciclado várias vezes. Por exemplo, um fabricante europeu de máquinas de reciclagem reciclou dez vezes, mas em condições muito específicas. Os plásticos dos tipos 3, 4 e 6 podem ser reciclados uma vez, mas, como dissemos anteriormente, isso raramente acontece e são jogados em aterros sanitários.
O plástico tipo 5 pode ser reciclado quatro vezes, mas apenas 1% dele é reciclado. Os plásticos do tipo 7 podem ser reciclados, mas isso geralmente é feito caso a caso, pois o grupo contém diferentes tipos de plásticos.
9 – A indústria do plástico apoia a reciclagem
As indústrias de petróleo e plástico estão liderando a luta contra os plásticos descartáveis. Eles promovem a reciclagem, embora ganhem dinheiro quando compramos plástico novo e não quando reciclamos. Isso é estranho. Por que eles apoiam a reciclagem quando deveriam fazer o contrário?
O fato é que as indústrias de petróleo e plástico não apoiam a reciclagem. O suposto apoio é apenas uma tática para acalmar os nervos dos ambientalistas e se salvar da reação pública enquanto vende abertamente mais plástico e ri na nossa cara.
Lembre-se, falamos sobre a indústria do plástico introduzir um conjunto de símbolos para confundir a todos. Eles sabem que, enquanto puderem nos fazer acreditar que a maioria dos plásticos é reciclável, prestaremos mais atenção à indústria de reciclagem do que a eles.
É por isso que não temos escrúpulos em usar produtos feitos de plástico. Acreditamos que seriam reciclados. Quando isso não acontece, culpamos a indústria de reciclagem por não fazer o suficiente, em vez de culpar a indústria de plásticos por fabricar plásticos não recicláveis – e a nós mesmos por comprar produtos embalados nesses plásticos.
E está funcionando. Em 2010, a indústria do plástico produziu duas vezes mais plástico do que em 1990 e, em 2050, produzirá três vezes mais plástico do que em 2020. Isso mesmo que a reciclagem seja uma bagunça e menos de 10% de tudo plásticos são reciclados.
10 – O plástico é ruim
Depois de tudo o que foi dito e feito, por que o plástico recebe tanto ódio?
Porque leva séculos para se decompor, entra no oceano e acaba nos narizes e barrigas das criaturas marinhas. Mas imagine se dermos ouvidos aos ambientalistas e banirmos o plástico. O que substituiria o plástico?
Antes que o plástico se tornasse uma coisa, madeira, vidro, marfim e cascos de tartaruga estavam entre os materiais para tudo o que usamos hoje em plástico. A madeira é de árvores, o que significa desmatamento. E o marfim e as carapaças de tartaruga? Eles são de elefantes e tartarugas. Então, preferimos cortar árvores e matar animais do que usar plástico?
A história diz que não. Foi por isso que inventamos o plástico em meados do século XIX. Nossa demanda por marfim era tão grande que os elefantes foram quase extintos. Então começamos a procurar um produto artificial para substituir o marfim e salvar os elefantes. Esse produto era de plástico. Desde então, salvou a vida de muitos animais e árvores e ainda os está salvando.
Além disso, antes das embalagens plásticas, os perigos espreitavam nas cozinhas domésticas e nos restaurantes públicos. Os alimentos precisavam ser preservados para durar, mas eram limitados em suas opções de recipiente. As compras no supermercado eram muito diferentes, pois os alimentos a granel de origem desconhecida ou data de validade eram embalados pelo merceeiro conforme necessário. A intoxicação alimentar e as doenças causadas por louças revestidas de chumbo também representavam um problema. Os plásticos ajudaram a eliminar alguns desses problemas.