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Muitas vezes ouve-se questionamentos da indústria farmacêutica, seus avanços e a forma que consegue ser rápida o suficiente para trazer respostas a muitos dos problemas da atualidade, mas vamos a 10 fatos curiosos onde temos respostas clínicas, mas sem saber o motivo (ao menos por enquanto).
1 – Abatacepte
Em 2015, a revista Science informou que alguns anos antes, uma equipe de médicos em Cincinnati tratou um menino de 12 anos doente. Ele tinha uma doença genética rara que desencadeou erroneamente seu sistema imunológico, causando danos consideráveis aos seus pulmões e sistema intestinal. Ele estava doente há anos, e os médicos buscavam desesperadamente uma cura.
Nesta visita ao hospital, a equipe o avaliou para ver se ele poderia se beneficiar de um transplante de medula óssea. Eles decidiram que seu paciente estava muito doente para o procedimento. Os médicos deram-lhe abatacepte, sabendo que não lhe faria mal e poderia aliviar sua dor.
Os médicos geralmente prescrevem para condições como artrite reumatóide.
Os médicos esperavam que o menino em Cincinnati morresse, mas ele voltou seis meses depois com melhor saúde.
O abatacepte é uma proteína de fusão humana recombinante contendo o domínio extracelular do CTLA-4, que se liga ao receptor CD80/86 de uma célula apresentadora de antígeno. Essa interação bloqueia a ativação do receptor CD28 na célula T.
2 – Paracetamol
Também conhecido como acetaminofeno, o paracetamol, junto com a dipirona e o ácido acetilsalicílico é um dos favoritos nos armários. É um analgésico eficaz que é perfeitamente seguro, desde que você mantenha a dose sugerida.
Existem três possibilidades:
- Pode bloquear uma enzima que faz nossos corpos sentirem dor.
- Pode estar trabalhando no sistema endocanabinóide. Se isso for verdade, o paracetamol funciona como o THC da maconha, que também é eficaz no tratamento da dor.
- Pode estar afetando os sinais do neurotransmissor serotonina. A serotonina é uma substância química que as células cerebrais produzem e contribui para muitas funções cognitivas.
Paracetamol produz analgesia e antipirese por mecanismo semelhante aos salicilatos, inibindo a cicloxigenase no sistema nervoso central. Entretanto, diferente dos salicilatos, o paracetamol não tem atividade uricosúrica. Há alguma evidência de que o paracetamol tenha fraca atividade antiinflamatória em algumas condições não-reumatóides, por exemplo, em pacientes submetidos à cirurgia bucal. Em doses iguais, a analgesia e antipirese produzidas pelo paracetamol são semelhantes à produzida pela aspirina.
Paracetamol age no hipotálamo; a dissipação do calor é aumentada como resultado da vasodilatação e aumento do fluxo sangüíneo periférico. Doses terapêuticas de paracetamol parecem ter pouco efeito no sistema cardiovascular e respiratório.
3 – Lítio
O transtorno bipolar, uma vez conhecido como depressão maníaca, é uma condição ao longo da vida que causa mudanças de humor de depressão severa a euforia. Os médicos prescrevem lítio, como um tratamento amplamente reconhecido e eficaz para a doença.
O lítio pode reduzir a gravidade e a frequência da mania e diminuir o risco de suicídio quando o paciente está em estado depressivo. As pessoas que sofrem de transtorno bipolar podem tomar lítio por um longo período como terapia de manutenção. Um médico garantirá que seu paciente mantenha um nível constante de lítio no corpo, desde que exista um rígido controle de sua concentração.
O lítio pode simular o papel do Na+ em tecidos excitáveis, sendo capaz de penetrar canais de Na+controlados por voltagem que são responsáveis pela geração de potenciais de ação. Entretanto, não participa do bombeamento pela bomba Na+/K+ATPase, tendendo a se acumular no espaço intracelular.
Levando em consideração, apesar de ambos serem metais alcalinos, a ação do lítio é apenas de uma simulação parcial do sódio, ainda não se entende completamente o motivo.
4 – Paroxetina
É um antidepressivo, mas os médicos podem prescrevê-lo para vários distúrbios, como transtorno obsessivo-compulsivo, ataques de pânico, estresse pós-traumático e ansiedade social. É também um tratamento útil para a ejaculação precoce e ondas de calor da menopausa.
A paroxetina é um inibidor da recaptação da serotonina, que atua bloqueando um recetor no cérebro onde se liga a serotonina, que é um mensageiro químico fundamental para a comunicação celular.
Em algumas patologias, como na depressão ou doença de pânico por exemplo, a quantidade de serotonina liberada é insuficiente. Por isso, inibindo a sua recaptação com a paroxetina, é possível aumentar a quantidade de serotonina presente para transmitir mensagens, reforçando assim a neurotransmissão serotoninérgica.
Alimentos como queijo, nozes e carne vermelha contêm triptofano. Seu bem-estar geral depende de ter um nível ideal de serotonina em seu sistema. Este produto químico afeta suas funções fisiológicas, comportamento, cognição, aprendizado, memória e humor.
5 – Ácido Acecilsalicílico
A popularidade da aspirina caiu nos anos 60, quando outros analgésicos chegaram ao mercado. Mas então os cientistas perceberam que a “aspirina” não era apenas um analgésico. Também era muito eficaz como anticoagulante e poderia reduzir a probabilidade de ataques cardíacos ou derrames. Alguns médicos sugerem que o uso regular de aspirina de baixa potência pode ser benéfico, embora outros sejam cautelosos.
Pesquisas recentes na Suécia sugerem que a aspirina tem outro efeito benéfico. Com acesso a um banco de dados que continha detalhes de 80.000 pacientes com câncer, uma equipe sueca descobriu que se um paciente com câncer de cólon ou pulmão tomava regularmente aspirina de baixa potência antes do diagnóstico, seu tumor tendia a ser menos avançado. Os médicos podem lidar com tumores menos avançados de forma mais eficaz.
Essa correlação foi suficientemente marcada para que a equipe tivesse certeza de que o link não era devido a uma anomalia estatística. O quebra-cabeça agora era descobrir por que a aspirina poderia ter esse efeito. O júri ainda está fora, mas pode ser que as propriedades anti-inflamatórias da aspirina retardem os danos ao DNA que podem levar ao câncer.
O ácido acetilsalicílico inibe a agregação plaquetária bloqueando a síntese do tromboxano A2 nas plaquetas. Seu mecanismo de ação baseia-se na inibição irreversível da ciclooxigenase (COX-1). Esse efeito inibitório é especialmente acentuado nas plaquetas, porque estas não são capazes de sintetizar novamente essa enzima. Acredita-se que o ácido acetilsalicílico tenha outros efeitos inibitórios sobre as plaquetas. Por essa razão é usado para várias indicações relativas ao sistema vascular.
O ácido acetilsalicílico pertence ao grupo dos fármacos anti-inflamatórios não-esteroidais, com propriedades analgésicas, antipiréticas e anti-inflamatórias. Altas doses orais são usadas para o alívio da dor e nas afecções febris menores, tais como resfriados e gripe, para a redução da temperatura e alívio das dores musculares e das articulações e distúrbios inflamatórios agudos e crônicos, tais como artrite reumatoide, osteoartrite e espondilite anquilosante