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Radicalismo é qualquer postura, prática, intelectual ou ambas, que vai à raiz das práticas, crenças ou valores existentes. Daí o título, derivado do latim ‘radix’ que significa ‘raiz’. ou substituição. É normalmente associado à esquerda, a liberais e socialistas, mas como o termo é relativo, qualquer crítica fundamental ou ataque às práticas existentes pode ser razoavelmente chamado de radical.
Esse significado originou-se durante a Revolução Francesa (1787-1789), onde os mais contrários ao rei sentaram-se na Assembleia Nacional na extrema esquerda e os mais comprometidos com o rei na extrema direita. Por isso, é comum designar pontos do espectro político, lidos da esquerda para a direita, como radicais, liberais, conservadores e reacionários.
O radicalismo é, como o conservadorismo, um termo de relacionamento e não um termo de conteúdo, e seu caráter particular é, portanto, dependente das circunstâncias históricas em que é usado. Seus principais e variados usos foram na Europa e na América do Norte nos séculos XVIII e XIX para descrever democratas, na segunda metade do século XX para descrever a Nova Esquerda e no último quarto do século XX para descrever a Novo Direito.
Imediatamente após a Guerra Civil norte americana (1861-1865), o termo “radical” ganhou amplo uso nos Estados Unidos quando foi aplicado a uma poderosa facção do Partido Republicano que lutou para reconstruir a Confederação derrotada. Suas políticas promoviam direitos sociais e políticos para os ex-escravos e se opunham ao retorno ao poder dos ex-confederados e membros da antiga classe de senhores de escravos.
Os republicanos radicais destituíram e quase condenaram o presidente Andrew Johnson por sua oposição às suas políticas de reconstrução. Em sua forma mais militante, eles defendiam a redistribuição de milhões de acres de terras de plantação para os ex-escravos, uma política incorporada no slogan “quarenta acres e uma mula”, mas instituíram apenas programas limitados de reforma agrária. Em outro momento, falaremos na mudança entre os republicanos e os democratas que durante a política americana, no anseio da polarização, mudaram seus respectivos perfis de acordo com os resultados eleitorais obtidos no passar das décadas.
O que é radical no sentido político e cultural nasce do mainstream, da lacuna entre a retórica da democracia e da oportunidade e a realidade da vida. A função dos radicais americanos e dos movimentos radicais tem sido desafiar a complacência, pensar o anteriormente impensável e abrir espaço para que o mainstream da sociedade mude e progrida. À medida que a sociedade muda, o próprio significado do radicalismo muda. Propostas antes consideradas radicais – previdência social e seguro-desemprego, direitos iguais para minorias e mulheres – agora são consideradas por muitos como normais e necessárias.
No Brasil, o termo Radicalismo ganhou um relacionamento diferente a cada fase de nossa história, ultimamente o Radicalismo e o Reacionarismo andam de mãos dadas com o Integralismo, Fascismo e Nazismo.