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O termo “woke” surge de um passado simples do verbo em inglês “wake” (acordar), mas atualmente carrega um significado bem mais amplo na cultura e política norte-americana. Ser “woke” indica a consciência sobre injustiças sociais e raciais e, neste ano eleitoral nos EUA, está no centro do debate político, polarizando democratas e republicanos.
Historicamente, o uso da palavra “woke” começou na comunidade afro-americana como um alerta para a injustiça racial. O termo ressurgiu recentemente, amplificado pelo movimento Black Lives Matter, e foi definido pelo Oxford English Dictionary em 2017 como “consciente sobre temas sociais e políticos, especialmente racismo”. Contudo, ser “woke” tornou-se controverso, sendo visto tanto como um símbolo de vigilância contra a injustiça quanto um termo pejorativo que identifica o excesso de ativismo social.
Na política, figuras como o ex-presidente Donald Trump e o atual presidente Joe Biden refletem a polarização crescente. Trump, um dos maiores críticos do “wokeísmo”, aponta essa cultura como um ataque aos “valores tradicionais” e à liberdade de expressão. Em contraponto, Biden e políticos progressistas associam o termo à luta por justiça e igualdade social. Para democratas mais jovens, como a congressista Alexandria Ocasio-Cortez, o termo “woke” é um emblema de direitos civis e luta por justiça racial e social.
O fenômeno da “cultura do cancelamento” também está associado ao “wokeísmo” e suscita discussões sobre os limites da liberdade de expressão. Para os críticos, trata-se de coerção social e censura, enquanto para os defensores, é uma forma de protesto não violento que desafia padrões opressores.
O debate “woke” envolve ainda o setor empresarial, onde empresas têm sido criticadas por adotar práticas “woke”. Casos polêmicos, como o da Gillette, ilustram essa tensão entre responsabilidade social e os riscos de repercussões negativas.
Com a aproximação das eleições presidenciais de 2024, o termo “woke” permanece um tema de divisão entre republicanos e democratas. Nos próximos meses, sua influência sobre o eleitorado deve seguir ampliando a polarização política no país, acentuando um debate cultural que, segundo o Pew Research Center, distancia as ideologias partidárias mais do que em qualquer outro momento nos últimos 50 anos.