Getting your Trinity Audio player ready...
|
O aumento do dólar no Brasil raramente é apenas uma consequência de fatores externos. Por trás das oscilações dessa moeda está a atuação de um mercado financeiro que, sob a bandeira da “livre iniciativa”, exerce uma influência desproporcional sobre a economia do país. Quando o dólar sobe, os efeitos são sentidos no bolso de cada brasileiro, enquanto os lucros se concentram em poucos setores especulativos.
Mas o que significa “vontade do mercado financeiro”? Esse termo abstrato frequentemente se traduz em manobras especulativas, pressão sobre o Banco Central e chantagem indireta sobre governos. A cada decisão política que contraria os interesses de grandes investidores, a moeda norte-americana dispara, gerando um efeito cascata: inflação, alta nos preços de combustíveis, alimentos e insumos importados. Quem paga a conta? Sempre os mais vulneráveis.
Ao permitir que o mercado financeiro dite as regras, o Brasil entrega sua política econômica nas mãos de poucos. Enquanto isso, as justificativas para a alta do dólar variam de “incertezas políticas” a “movimentações globais”, mas raramente incluem a verdadeira causa: a submissão do país a interesses que priorizam o lucro sobre o bem-estar coletivo.
A solução para essa dependência vai além de ajustes pontuais. É necessária uma política econômica que fortaleça a soberania nacional, controle os movimentos especulativos e priorize investimentos reais na produção e no emprego. A moeda não pode ser refém de um sistema que transforma a economia em um jogo de apostas e deixa a população brasileira à mercê de suas consequências.
Chegou o momento de questionar: quem governa o Brasil? O povo ou o mercado? A resposta a essa pergunta define não apenas o futuro da economia, mas também a capacidade do país de garantir um desenvolvimento justo e inclusivo.