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“Memorial de Aires”, última obra de Machado de Assis publicada em 1908, apresenta um retrato melancólico do Rio de Janeiro no final do século XIX. A narrativa, em forma de diário, acompanha o cotidiano de Aires, um diplomata aposentado que observa as mudanças sociais e políticas da época com um olhar crítico e desiludido.
Aires, o narrador-protagonista, é um homem solitário e introspectivo, que reflete sobre a velhice, a morte e a efemeridade da vida. Seus relatos sobre o cotidiano da sociedade carioca revelam a hipocrisia, a vaidade e a superficialidade das relações humanas.
A linguagem de Machado de Assis, precisa e elegante, confere à obra um tom melancólico e reflexivo. O autor utiliza a ironia e o humor para criticar os costumes e valores da sociedade da época. A narrativa fragmentada e a ausência de um enredo linear convidam o leitor a uma leitura mais atenta e reflexiva.
“Memorial de Aires” é uma obra que transcende o seu tempo, abordando temas universais como a solidão, a velhice e a finitude da vida. A obra de Machado de Assis nos convida a refletir sobre a passagem do tempo, a transformação da sociedade e a importância de valorizar os momentos presentes.