Cicatrizes Invisíveis: Violência e Trauma na Vida da Mulher Negra Idosa

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A violência, em suas diversas formas, deixa marcas profundas na vida da mulher negra idosa, afetando sua saúde física e mental de maneira significativa. A violência doméstica, comunitária e institucional se entrelaçam, criando um ciclo de trauma que se perpetua ao longo da vida, com consequências devastadoras para o bem-estar dessas mulheres.

A violência doméstica, muitas vezes silenciada e invisibilizada, pode se manifestar em agressões físicas, psicológicas, sexuais, patrimoniais e negligência. As mulheres negras idosas que vivenciaram relacionamentos abusivos ao longo da vida podem carregar traumas que se refletem em problemas de saúde mental como depressão, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e até mesmo em doenças físicas como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.

A violência comunitária, presente em bairros marginalizados e com altos índices de criminalidade, expõe as mulheres negras idosas a situações de risco e vulnerabilidade. O medo constante, a insegurança e a falta de apoio social podem gerar estresse crônico, afetando a saúde mental e física dessas mulheres.

A violência institucional, perpetrada por agentes do Estado e instituições públicas, também deixa marcas profundas na vida da mulher negra idosa. A discriminação racial, o preconceito de gênero e a negligência no atendimento em serviços de saúde e assistência social podem agravar problemas de saúde pré-existentes e impedir o acesso a tratamentos adequados.

Para romper esse ciclo de violência e trauma, é fundamental que a sociedade reconheça a vulnerabilidade da mulher negra idosa e adote medidas para protegê-la. É preciso fortalecer as políticas públicas de combate à violência contra a mulher, garantir o acesso a serviços de saúde mental e apoio psicossocial, e promover a conscientização sobre o racismo e a desigualdade social, que são fatores determinantes para a violência e o trauma.

A saúde e o bem-estar da mulher negra idosa são direitos humanos fundamentais. É preciso garantir que essas mulheres vivam com dignidade, livres da violência e do trauma, com acesso a cuidados de saúde e apoio social que lhes permitam envelhecer com qualidade de vida.