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O camembert, um dos queijos mais emblemáticos da França e símbolo da culinária do país, está sob risco de extinção. A conclusão é de um estudo realizado pelo CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica da França) e pela Universidade de Paris-Saclay, que coloca o queijo em uma lista de produtos “em risco de extinção”.
O motivo da ameaça está no fungo Penicillium camemberti, responsável pelo sabor e textura característicos do queijo. A produção industrializada, buscando atender à alta demanda do mercado, priorizou uma cepa albina do fungo que garante a cor branca uniforme e a textura aveludada do camembert. No entanto, essa cepa não possui reprodução sexual e está perdendo a capacidade de produzir esporos assexuais, tornando-a cada vez mais rara.
A falta de diversidade genética no fungo o torna vulnerável a doenças e mudanças ambientais. Além disso, a padronização da produção industrializada levou à perda de outras cepas do fungo que conferiam diferentes cores e sabores ao camembert, reduzindo ainda mais a sua variabilidade genética.
O estudo do CNRS alerta para a necessidade de medidas para proteger o camembert e outros queijos tradicionais. A reprodução sexual do fungo precisa ser incentivada, mesmo que isso signifique a produção de queijos com cores e sabores diferentes do que estamos acostumados. A diversificação das cepas do fungo é fundamental para garantir a sua resiliência e a preservação do camembert como um patrimônio gastronômico da França.
A notícia da possível extinção do camembert gerou reações diversas. Alguns especialistas acreditam que o estudo é alarmista e que o queijo não corre risco imediato. Outros reconhecem a necessidade de ações para proteger o fungo e preservar a tradição do camembert.
Independentemente da gravidade da situação, o caso do camembert serve como um alerta para os riscos da produção industrializada de alimentos. A padronização e a homogeneização dos produtos podem levar à perda de biodiversidade e à extinção de variedades tradicionais. É fundamental buscar um equilíbrio entre a produtividade e a preservação da cultura alimentar e da segurança alimentar.
O futuro do camembert ainda é incerto. No entanto, o estudo do CNRS serve como um chamado à ação para proteger esse queijo emblemático e garantir que as futuras gerações possam continuar a apreciá-lo.