Bacillus cereus: Identificação e Detecção de Toxinas para Segurança Alimentar

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Bacillus cereus, uma bactéria aeróbica formadora de esporos, é encontrada frequentemente no solo, em vegetais e em diversos alimentos crus e processados. A ingestão de alimentos contaminados com grande quantidade dessa bactéria pode causar intoxicação alimentar, principalmente quando os alimentos são preparados e mantidos sem refrigeração adequada por várias horas antes de serem servidos.

Dois tipos de doenças são atribuídos ao consumo de alimentos contaminados com B. cereus: a primeira, mais conhecida, é caracterizada por dor abdominal e diarreia, com período de incubação de 4 a 16 horas e sintomas que duram de 12 a 24 horas. A segunda, caracterizada por náusea e vômito agudos, ocorre dentro de 1 a 5 horas após a refeição, sendo a diarreia menos comum.

A identificação de B. cereus envolve a análise de características fisiológicas e culturais, mas a detecção de suas enterotoxinas é crucial para determinar se uma cepa suspeita representa um risco à saúde pública. A toxina diarreica é uma entidade sorológica distinta, e métodos in vitro que utilizam anticorpos específicos foram desenvolvidos para detectá-la em fluidos de cultura. No entanto, as evidências sobre a toxina emética ainda são incompletas.

Este artigo apresenta um método para o cultivo rotineiro de Bacillus spp. suspeitos, utilizando um meio de ágar semissólido e um procedimento sorológico (o teste de dupla difusão em gel de microslide) para identificar a enterotoxina. A utilização desses métodos permite a identificação precisa e a avaliação do potencial patogênico de cepas de B. cereus, contribuindo para a garantia da segurança alimentar e a prevenção de surtos de intoxicação alimentar.