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Com a busca incessante por padrões estéticos idealizados, muitas pessoas têm recorrido a procedimentos extremos, incluindo cirurgias para alteração permanente da cor dos olhos. Esses métodos, que vão desde implantes de íris e tatuagens até despigmentação a laser, não apenas carregam riscos significativos, mas também levantam questões éticas e de segurança à saúde ocular.
A íris, estrutura responsável pela cor dos olhos, possui duas camadas pigmentadas ricas em melanina. A quantidade e distribuição dessa melanina determinam as variações de cores, que podem ir do marrom ao azul. Procedimentos para alterar essa pigmentação envolvem práticas invasivas, como a ceratopigmentação, em que pigmentos são introduzidos na córnea, ou a despigmentação a laser, que remove melanina para clarear olhos castanhos.
Esses métodos, embora ofereçam a promessa de mudança estética, têm demonstrado alto índice de complicações. Infecções, fotossensibilidade, perda de acuidade visual, catarata, glaucoma e até cegueira são alguns dos riscos associados. Casos de pacientes que relatam visão reduzida ou dor em exames de ressonância magnética após a colocação de implantes reforçam a preocupação com esses procedimentos. Ainda mais preocupante, esses efeitos adversos podem ser irreversíveis.
Outro procedimento é o implante de íris de silicone, que modifica a coloração dos olhos, mas traz riscos substanciais, incluindo alterações na pressão ocular, o que pode levar à compressão do nervo óptico e, consequentemente, à cegueira. Estudos e relatos indicam que esses implantes frequentemente resultam em complicações sérias e não têm validação de segurança para fins estéticos.
A ausência de evidências científicas que comprovem a segurança e eficácia desses procedimentos para fins cosméticos reforça a necessidade de cautela. Em muitos casos, ganhos estéticos imediatos podem implicar em prejuízos de longo prazo à saúde ocular. Frente a tais riscos, uma alternativa segura e não invasiva é o uso de lentes de contato coloridas, que oferecem mudança temporária na cor dos olhos sem comprometer a integridade ocular.
As intervenções estéticas nos olhos precisam ser amplamente debatidas, considerando-se os altos riscos para a visão e o impacto na qualidade de vida.