A escassez de estatísticas sobre pessoas LGBT+ no Brasil

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A escassez de estatísticas sobre pessoas LGBT+ no Brasil pode ser analisada por meio de uma perspectiva antropológica, que considera a influência de fatores culturais, sociais e históricos na construção e manutenção de práticas e representações sociais. Dentre os motivos que podem explicar essa falta de informações, destacam-se:

Invisibilidade e marginalização: A população LGBT+ no Brasil é frequentemente invisibilizada e marginalizada pela sociedade. Muitas pessoas LGBT+ enfrentam preconceito, discriminação e violência, o que pode dificultar o acesso a serviços públicos, incluindo os de saúde e educação, onde as informações são coletadas. A falta de dados pode, portanto, refletir a exclusão e a invisibilidade social da população LGBT+.

Tabus e estigmas: A sexualidade é um tema que muitas vezes é tratado como tabu na sociedade brasileira, o que pode levar a uma resistência em coletar informações sobre questões relacionadas à orientação sexual e identidade de gênero. Além disso, a homofobia e a transfobia podem gerar estigmas em relação às pessoas LGBT+, o que pode levar à subnotificação e ocultação de dados.

Falta de instrumentos e protocolos adequados: A coleta de dados sobre a população LGBT+ pode ser dificultada pela falta de instrumentos e protocolos adequados para essa finalidade. Por exemplo, muitas pesquisas não incluem perguntas sobre orientação sexual e identidade de gênero, ou não levam em conta a diversidade da população LGBT+. Isso pode levar a subestimação da população LGBT+ e a uma coleta de dados inadequada.

Falta de investimentos: A coleta de dados sobre a população LGBT+ requer investimentos em pesquisa, treinamento de profissionais e desenvolvimento de instrumentos adequados. A falta de investimentos pode dificultar a realização de estudos e pesquisas sobre a população LGBT+ e, consequentemente, limitar a disponibilidade de dados sobre essa população.


A falta de estatísticas sobre pessoas LGBT+ no Brasil é um reflexo da exclusão e marginalização social da população LGBT+, dos tabus e estigmas relacionados à sexualidade, da falta de instrumentos e protocolos adequados para a coleta de dados e da falta de investimentos em pesquisas e estudos sobre a população LGBT+.