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A inteligência artificial está abrindo novos horizontes criativos na rádio
A rádio está testemunhando uma onda de inovações em inteligência artificial que entusiastas consideram uma emocionante nova fronteira. À medida que a IA se espalha por todos os setores, a rádio está tentando aproveitar seu poder como impulsionadora da criatividade.
Em junho, a estação de rádio 95.5 FM de Portland, nos Estados Unidos, lançou uma locutora de IA chamada “AI Ashley”, inspirada na apresentadora Ashley Elzinga. Segundo Dylan Salisbury, diretor de conteúdo da 95.5, o objetivo é criar um “alter ego” de IA que complemente Elzinga, não a substitua, conforme relatado pela ABC News.
A AI Ashley está em desenvolvimento desde novembro, e a própria Elzinga trabalhou muito no projeto. Ela vê a IA como uma oportunidade de ser “nova e fresca”.
“Gostamos muito da ideia de um ‘anjo e um demônio'”, disse Salisbury à KGW8, evocando a IA como uma vanguarda de Elzinga. A locutora e DJ de rádio pode se concentrar na divulgação comunitária e nas redes sociais, enquanto a AI Ashley cuida do tempo de transmissão.
Muitos consideram a inteligência artificial como um catalisador da criatividade mais do que uma ameaça. “Se você é uma personalidade destacada, a IA tornará seu trabalho mais fácil”, afirmou o consultor Fred Jacobs à ABC News. Jacobs compara o impacto da IA à seleção natural, argumentando que os talentos mais destacados se adaptarão. Ele descarta cenários apocalípticos de desemprego em massa e sustenta que os locutores experientes “aproveitarão as capacidades que a tecnologia oferece”.
Toby Knapp, programador de rádio em Washington D.C., concorda com a ideia de que os locutores mais destacados se beneficiarão do uso da inteligência artificial. Segundo ele, a IA pode facilitar a criação de conteúdo e o planejamento de programas, embora não a veja como uma substituição total. Knapp, que já utiliza a IA para redigir blogs e resumos de notícias, afirma que a tecnologia atua como uma extensão e um avanço em seu trabalho. Ele assegura à ABC News que a conexão genuína entre o apresentador e o ouvinte ainda é insubstituível.
A IA promete elevar a criatividade humana, não eliminá-la. Ela oferece novas possibilidades para que o talento se destaque. O futuro permanece aberto para os talentosos narradores de rádio e televisão.
Christof Teuscher, professor da Universidade Estadual de Portland, acredita que as políticas estão ficando para trás em relação à Europa e ao Reino Unido, conforme relatado pela KGW8. “É um pouco como um martelo, não é? Você pode usá-lo para o bem ou para o mal”, comenta sobre o potencial duplo da IA.
Mas os criativos radiofônicos, como Elzinga, veem principalmente vantagens. Eles destacam a boa fé dos desenvolvedores e seu desejo de melhorar suas carreiras, não de acabar com elas.
À medida que a inteligência artificial se expande, é crucial definir com precisão seu papel em áreas criativas como a rádio. Os avanços geram tanto entusiasmo quanto cautela. Alguns temem que o toque humano que estabelece conexões com os ouvintes se perca. No entanto, seu uso cuidadoso pode liberar talento e inspirar novos níveis de inovação.
A própria rádio foi, em seu tempo, uma tecnologia disruptiva. Ela revolucionou os jornais e conectou a sociedade de maneiras sem precedentes. A IA pode provocar um novo renascimento criativo, se for orientada com humanidade. No entanto, manter o coração por trás do microfone ainda é vital.